quarta-feira, 17 de março de 2010
Brasil: Muito petróleo e pouca Educação
Escancara-se a intenção em usar o petróleo como uma muleta para as mazelas da sociedade brasileira.
Entende-se a reação e o protesto do governo e da sociedade carioca. Como também é possível compreender os outros estados: todos são carentes em recursos.
Todo mundo grita e ninguém pensa.
Quando pensa, pensa no curto prazo. Os recursos do petróleo poderiam aliviar as crônicas deficiências do estado em saúde, infra-estrutura e segurança.
Puro engano.
O próprio IPEA mostra uma correlação entre escolaridade e qualidade de vida.
Todos os estudos do Banco Mundial, UNESCO e do próprio governo mostram que para um retorno em 15 anos o recurso melhor aplicado é na educação.
Mas não na educação via estado, ineficiente . Mas sim na educação voltada a meritocracia, onde os pais poderiam ativamente participar do processo de educação dos filhos.
O projeto CHEQUE EDUCAÇÃO foi apresentado no blog e propõe que a sociedade sem intermediação do estado use o recurso na escolha das melhores escolas (ou processos educacionais) para os filhos.
Isto eliminaria o tramite deste recurso por gabinetes, prefeituras, governos estaduais , com toda a ineficiência e corrupção que sabemos existir.
Mas isso não interessa a ninguém. Não mobiliza as massas. Não coloca 100 mil pessoas no centro do Rio.
A proposta CHEQUE EDUCAÇÃO é pura ingenuidade. Acreditar que alguém está realmente interessado em melhorar é um sonho ingênuo.
Vinicius Torres Freire na FSP de hoje sintetiza:
"Picotado pelo país, o dinheiro pode acabar nos escaninhos da inépcia, em projetos paroquiais ou em ladroagem. Num fundo comum, o emprego dos recursos fica mais visível. Tal sugestão é, óbvio, de um ingenuidade tola. Estados, seus senadores e deputados, farão o possível para tirar sua casquinha do ouro negro".
quarta-feira, 3 de março de 2010
Carta aos investidores de Warren Buffett
Peguei apenas um trecho, mas mostra a seriedade do Warren Buffet no trato do assunto. Além de um modo peculiar e simples de analisar negócios. Prof Ramiro - ramirogon@uol.com.br.
Long ago, Charlie laid out his strongest ambition: “All I want to know is where I’m going to die, so I’ll
never go there.” That bit of wisdom was inspired by Jacobi, the great Prussian mathematician, who counseled
“Invert, always invert” as an aid to solving difficult problems. (I can report as well that this inversion approach
works on a less lofty level: Sing a country song in reverse, and you will quickly recover your car, house and
wife.)
Here are a few examples of how we apply Charlie’s thinking at Berkshire:
• Charlie and I avoid businesses whose futures we can’t evaluate, no matter how exciting their
products may be. In the past, it required no brilliance for people to foresee the fabulous growth
that awaited such industries as autos (in 1910), aircraft (in 1930) and television sets (in 1950). But
the future then also included competitive dynamics that would decimate almost all of the
companies entering those industries. Even the survivors tended to come away bleeding.
Just because Charlie and I can clearly see dramatic growth ahead for an industry does not mean
we can judge what its profit margins and returns on capital will be as a host of competitors battle
for supremacy. At Berkshire we will stick with businesses whose profit picture for decades to
come seems reasonably predictable. Even then, we will make plenty of mistakes.
• We will never become dependent on the kindness of strangers. Too-big-to-fail is not a fallback
position at Berkshire. Instead, we will always arrange our affairs so that any requirements for cash
we may conceivably have will be dwarfed by our own liquidity. Moreover, that liquidity will be
constantly refreshed by a gusher of earnings from our many and diverse businesses.
When the financial system went into cardiac arrest in September 2008, Berkshire was a supplier
of liquidity and capital to the system, not a supplicant. At the very peak of the crisis, we poured
$15.5 billion into a business world that could otherwise look only to the federal government for
help. Of that, $9 billion went to bolster capital at three highly-regarded and previously-secure
American businesses that needed – without delay – our tangible vote of confidence. The remaining
$6.5 billion satisfied our commitment to help fund the purchase of Wrigley, a deal that was
completed without pause while, elsewhere, panic reigned.
quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010
A DOENÇA DAS GRANDES CORPORAÇÕES
James E. Lentz III, the president of Toyota Motor Sales
U.S.A., told the House Energy and Commerce Committee on
Tuesday that Toyota's huge recall might "not totally" solve
the problem of unintended sudden acceleration in some of its
vehicles.”
Esta nota no The New York Times de 23 fevereiro mostra que mesmo empresas com reputação mundial podem sofrer das "doenças de tamanho".
O histórico empresarial de grandes empresas é conhecido e fartamente documentado. Em ciclos (com diferentes períodos temporais) todas essas organizações tendem a fornecer retornos decrescentes aos acionistas e à sociedade (quando não destroem totalmente a empresa- levando junto empregados, clientes e fornecedores).
Recentemente a Universidade de Stanford fez um levantamento comparando os 50 grupos empresariais na década de 60 e com o mesmo ranking em 2009: apenas uma empresa permanecia entre as 50 maiores – a PROCTER & GAMBLE. Todas as outras passaram pela síndrome da grande empresa: cansaço, inchaço e inanição. Algumas encolheram, outras pereceram.
Parece que houve uma epidemia desta doença entre empresas do setor financeiro americano e britânico. A crise propiciou as condições ambientais para que o ciclo se acelerasse...
A frase “too big to fail” é um indício do estado febril do paciente.
Mas nem tudo está perdido. Se estes grupos financeiros fizerem o tratamento adequado, podem evitar o pior.
As três principais recomendações médicas são (na visão deste autor):
1) Evitar a falta de consistência (estratégica e operacional): Fatores políticos internos (e inerentes às grandes organizações) não devem afetar projetos . A constante mudança de diretorias e gerências provoca o efeito “prefeito de cidade pequena”: tudo que foi feito pelo gestor anterior é descontinuado pelo atual;
2) Montar uma estrutura leve e de baixo custo: São comuns nos estágios iniciais da doença a proliferação de novos níveis nas estruturas organizacionais. A operação regional responde para uma nacional que responde para uma LATAM que responde a uma mundial. Tudo isso recheado de cargos e tecnocratas que vão procurar perpetuar-se na empresa (e garantir o salário e a vida de gato gordo);
3) Ter uma Governança Corporativa atuante: Nota-se o afastamento do acionista do acompanhamento das decisões estratégicas tomadas. Os proprietários estão de tal forma distantes e o controle da empresa pulverizado que seus prepostos (executivos) esquecem a quem devem trazer resultados e passam buscar seus próprios interesses;
Ao discutir o assunto com o especialista em planejamento Roberto Patriarca, o mesmo fez uma interessante observação: nos países maduros vemos muitas empresas gordas (evidente com exceções). Ele tem razão: quando os ventos do crescimento cessam a tendência é aflorar estas ineficiências e os gatos gordos saírem debaixo das mesas. Ele faz uma interessante metáfora com a saúde da população nos países, já que agora as doenças de coração e obesidade são as que mais matam nos países desenvolvidos (doenças de países ricos). De modo análogo esta 'obesidade mórbida' está ocorrendo nas grandes empresas dos países ditos "ricos"? Será que deveria existir um teste para medir o “colesterol” destas empresas? Como um acionista identifica esta obesidade mórbida empresarial?
Prof Ramiro Gonçalez FIA ramirogon@uol.com.br
MAIS PAÍSES VÃO FALIR
Ele consegue sintetizar informações do catastrofista do dia - Kenneth Rogoff - professor de Harvard, ex-economista-chefe do FMI, autor de "This Time is Different", com Carmen Reinhardt.
"Eles escreveram uma história convencional mas muito boa e estatisticamente documentada de oito séculos de bolhas, pânicos, manias e crashes. Rogoff participa de uma comissão, "O Grupo dos Trinta", que junta financistas e ex-dirigentes de Banco Central a fim de discutir e propor reformas financeiras. O grupo é dirigido por Paul Volcker, ex-presidente do Fed que domou a inflação americana nos 80, a pauladas, e agora é assessor de Barack Obama. Armínio Fraga, presidente do BC nos anos FHC, faz parte do grupo.
Numa palestra em Tóquio, Rogoff diz o seguinte (repetindo o que disse de maneira sintética em Davos):
1) Vai haver quebras de governos. Pode ser agora, pode ser daqui a alguns anos, mas alguns países vão deixar de pagar a sua dívida. É o que costuma acontecer depois de grandes crises bancárias. Calote, sim, como o da Argentina em 2001;
2) O pessoal do mercado apenas começou a tumultuar o ambiente, cobrando mais caro para financiar Grécia, Portugal e Espanha, além de empresas e bancos com interesses por lá. Quem tem deficit e dívida grandes, vai penar. Ou quebrar;
3) Países ricos, ora superendividados e/ou com superdeficits, mas com tradição de controle das contas do governo, como a Alemanha (em primeiro lugar), vão cortar gastos. EUA, França e Reino Unido também. Claro, não vão passar por um aperto grego. Mas o deficit feito para evitar uma grande depressão vai fazer com que o crescimento seja bem lento nesses países. Por anos. Talvez uma década".
Isso é exagero? Como planejadores devemos estar atentos a este cenário? Como se preparar (ou se defender) de um prognóstico desse?
colaborou Prof RAMIRO GONÇALEZ FIA ramirogon@uol.com.br
terça-feira, 8 de dezembro de 2009
Engenharia e PRÉ -SAL
Os investimentos na cadeia logística nos próximos 8 anos serão R$ 170 bilhões.
Inúmeras empresas de engenharia serão necessárias. Existe um processo de homologação das empresa para participar de licitação.
O contato é dabas@petrobras.com.br
quarta-feira, 2 de dezembro de 2009
Oportunidade de emprego
Requisitos principais: ter liderado unidade de negócios e experiência com pesquisas de mercado. Formação Engenharia POLI.
Salário US$ 300 K + BÔNUS e benefícios.
Interessados entrem em contato com ramirogon@uol.com.br
terça-feira, 1 de dezembro de 2009
PRÉ - SAL NA POLI
O CONTEXTO ENERGÉTICO, AS PERSPECTIVAS DO PRÉ-SAL E O MODELO DE ORGANIZAÇÃO DA INDÚSTRIA DE PETRÓLEO NO BRASIL
ABERTURA DO CICLO: O PRÉ-SAL NA USP.
INAUGURAÇÃO DO TANQUE DE PROVAS NÚMERICO DA USP
Expositores: José Goldemberg (PPGE e IEE-USP), Nebojsa Nakicenovic (diretor do Global Energy Assessment), James L. Williams (WTRG Economics, EUA), Adilson de Oliveira (IE-UFRJ), Ildo Luís Sauer (PPGE e IEE-USP) e José Sérgio Gabrielli de Azevedo (presidente da Petrobras)
Coordenador: Ildo Luís Sauer (PPGE e IEE-USP)
Local: Edifício Eng. Mário Covas Jr., sede da Administração da Escola Politécnica da USP, Av. Prof. Luciano Gualberto, Travessa 3, 380, Cidade Universitária, São Paulo
Via web: transmissão em www.iptv.usp.br
Inscrições: www.iea.usp.br/inscricao/form8.html
Informações: com Inês Iwashita (ineshita@usp.br), tel. (11) 3091-1685 (11) 3091-1685
sexta-feira, 13 de novembro de 2009
NOVA MÍDIA E OS ENGENHEIROS
É muito difícil entender que as formas de comunicação de mercado não serão as mesmas em dez anos, ou pelo menos a divisão da audiência on line e off line será diferente.
No século 20 os conceitos de audiência que nortearam os investimentos publicitários tiveram em suas métricas mais importantes -G.R.P.s e T.A.R.P.s- sua racionalidade econômica. Mas elas tinham uma falha fundamental: não conseguiam avaliar o retorno sobre investimento (R.O.I). Com raras (e localizadas) exceções era possível avaliar o retorno de um investimento em uma mídia de massa.
Agora uma geração de nativos da internet (< 25 anos) começa a construir uma nova racionalidade e um novo modelo de negócios.
Este é um movimento tão forte que em meados de 2009 um grande veículo (nacional) PROIBIU entre seus funcionários o uso do twitter. A proibição não durou 2 semanas. Este veículo voltou atrás em sua decisão.(a piada no twitter é que o próximo passo da tal veículo seria probir as marés...)
Ao ver o link abaixo fica claro que esta geração de nativos irá atingir a direção dos rumos da mídia em 2020. Entender : Quem são e o que querem pode trazer luz ao debate sobre os rumos da mídia.
http://onlinebusiness.com.br/jovens-empreendedores/
Como será a mídia que leles irão gerar?
sábado, 31 de outubro de 2009
Iniciativa da Mídia para Empreendedorismo
Exemplo ótimo para ser copiado no Brasil.
http://www.bbc.co.uk/dragonsden/about/
quinta-feira, 29 de outubro de 2009
O TREM-BALA É A MELHOR SOLUÇÃO?
A estimativa inicial feita pela consultoria HALCROW indica que o TREM-BALA custará R$ 34,5 bilhões em um traçado de 518 km. O mesmo investimento, realizado em um trem convencional, poderia construir 3.000 km de ferrovias. Esta diferença pode ser contabilizada na necessidade técnica de construção de uma linha férrea que permita deslocamentos a velocidade média de 285 km/h . Para o trem-bala ser rápido, ele precisa de um traçado o mais reto possível (inclinação máxima de 2 %). Um dos projetos já estudados previa que 26% do trajeto seria feito em viadutos ou pontes e 33% em túneis. Quase 60% do trajeto!Praticamente uma ponte de concreto entre RIO e SO, com evidentes dificuldades de desapropriações e também ambientais. Somente na serra das Araras está previsto um túnel de 14 km.
Será esta a solução mais eficiente? Vejam que não existe transporte de cabotagem de cargas no mesmo percurso . Dividir o investimento em transporte marítimo (cabotagem), melhora na ligação rodoviária e a construção de uma ferrovia ligando Porto Alege a Salvador não teria um ROI melhor para o Brasil? A justificativa de ganho de tempo para o usuário pode não ser a mais eficiente para toda a sociedade. Será que uma linha convencional não agregaria mais valor?
segunda-feira, 26 de outubro de 2009
GESTÃO DE RISCO ASSOCIADA AO PRÈ SAL
O primeiro ponto a compreender no pré sal brasileiro é a dimensão do risco associado à ele. Sem dúvida esta equação é das mais complexas, mas se não for encarada desde o início, qualquer modelo e legislação que se desenhe estará fadado ao insucesso.
Não se trata de definir apenas um modelo matemático que avalie o risco, embora ele seja necessário. A questão que é política e técnica trata fundamentalmente do interesse nacional.
Com certeza existem os lobbies e os interesses políticos, mas não acredito que isso seja o maior problema, como tantos preconizam. Ao contrário, pode até ser parte da solução, na medida em que traga idéias e sugestões para o debate. O maior desafio é encontrar um grupo de pessoas que consiga juntar todas as alternativas e formular um modelo, compreendendo as variáveis de risco, além das legais e econômicas.
Trata-se de definir que ganho almejamos e que risco estamos dispostos a correr. Uma nação como a brasileira não pode se dar ao luxo de pensar apenas nos ganhos e em como utilizá-los, mas deve sim, considerar qual o nível suportável de perdas que uma sociedade ainda carente como a nossa pode absorver. Alguém já considerou a hipótese de o pré- sal requerer um investimento enorme e , de repente, os preços do petróleo caírem tanto que ele não se viabilize? Ou pior, que neste ínterim a matriz energética do mundo mude?
Talvez isto signifique que ganhos menores sejam os mais adequados para uma perfeita gestão de risco do processo.
O objetivo do marco regulatório deve ser aquele que permita um retorno compatível com a necessidade do país e alinhado com sua capacidade de correr riscos. Este seguramente é o caminho do sucesso.
Paulo Thomazoni
Paulo Thomazoni é formado em Engenharia de Produção pela Escola Politécnica, com especialização em administração de empresas pela Fundação Getúlio Vargas com cursos de formação executiva nas Universidades de Tilburg na Holanda e Leuven na Bélgica. Atualmente é Presidente da filial brasileira da PURAC , multinacional européia do setor de bioquímica.
terça-feira, 20 de outubro de 2009
SOLUÇÕES PARA O RIO
RESULTADO: Derrubam um Helicóptero.
O GEPP gostaria de trazer uma contribuição visando a realização das Olimpíadas e a Copa do mundo.
CRIAÇÃO DE UMA ZONA DE EXCLUSÃO MILITAR Z.E.M:
a) Tese principal : o estado não consegue inibir a entrada de armamentos pesados e militares nas zonas dominados por tráfico;
b) O processo se realimenta ao não haver oportunidades para os jovens tentarem uma vida melhor em outras atividades não ligadas ao narco tráfico. A iniciativa privada não cria empregos;
c) Proposta: zonas de exclusão militar Z.E.M. seriam definidas e a população civil residente nela seria comunicada por todos os meios (mídia, poder público) ;
d) A população civil seria convidada a se cadastrar em um Plano NOVA VIDA durante 2 anos. Os participantes receberiam vários benefícios para sair do local (casa própria, seguro salário ou emprego com os mesmos níveis salariais que possuem);
e) Em reciprocidade esta população civil deveria desocupar as Z.E.M.
PACIFICAÇÃO E OCUPAÇÃO
Estas Z.E.M. seriam ocupadas pelo Estado através das forças armadas que poderiam utilizar armamento militar para desocupar as Z.E.M..
Nestes locais entidades privadas poderiam construir hotéis e ou empreendimentos ligados aos eventos da Copa e OLIMPÍADAS. Para ter direito a usar este recurso territorial, estas empresas DEVEM subsidiar os benefícios prometidos no item D.
Deste modo com pouco investimento público haveria uma transformação nestes locais e permitiria uma RUPTURA com o atual mecanismo perverso de perpetuação do regime dos narcotraficantes.
Discorda? Tem pontos a acrescentar? Desça a lenha critique. ramirogon@uol.com.br
terça-feira, 13 de outubro de 2009
Como evitar o destino da ARGENTINA
Há um século, existiam somente sete países no mundo mais rico que a Argentina (Bélgica, Suiça, Inglaterra e quatro ex-colônias inglesas, incluindo os EUA), conforme a base de dados histórica de Angus Maddison. Em 1909 a renda per capita da Argentina era 50% maior que a Itália, 180% maior que o Japão e quase cinco vezes maior que o vizinho Brasil. Ao longo do século vinte, a renda relativa da Argentina caiu pesadamente. Em 2000, a renda da Argentina era menor que metade da Itália ou Japão.
O gráfico abaixo mostra a relação entre a renda em 1909 e a renda em 2000, em dólares de 1990 e a Argentina é um ponto extremo. A distância entre a renda de 2000 e o sucesso econômico previsto, baseado na renda de 1909, é maior para Argentina do que para qualquer outro país. (...)
What Happened to Argentina?; Edward Glaeser, New York Times, 6/10/2009
A resposta de Glaeser: modelo econômico baseado em agropecuária, choques externos (duas guerras e depressão) e protecionismo, além das instabilidade política que tornou o direito de propriedade inseguro.
segunda-feira, 5 de outubro de 2009
PUC e FAAP
Aumenta a eficiência e coloca a responsabilidade em cada um de nós. Chega de colocar sobre os outros uma responsabilidade que é NOSSA (sociedade).
Afinal EDUCAÇÃO é um DIREITO, Mas também é um DEVER.
DO VALOR ECONÔMICO
A exploração e produção de petróleo no pré-sal vão exigir uma revolução logística da Petrobras
A exploração e produção de petróleo no pré-sal vão exigir uma revolução logística da Petrobras. A começar pelo fato de que os poços a serem explorados estão localizados a até 300 quilômetros da costa, o dobro da distância dos poços da Bacia de Campos. Por isso, serão necessários investimentos pesados em infraestrutura para que a operação no mar tenha a maior autonomia possível.
É no sistema de transporte de passageiros - os trabalhadores das plataformas, principalmente - que a Petrobras prepara a grande novidade logística para o pré-sal. Atualmente, apenas na Bacia de Campos, a empresa transporta 10 mil passageiros por mês (ou 20 mil, contando ida e volta). Nas regiões Sul e Sudeste, o transporte chega a quase 60 mil passageiros por mês, em média. A ampliação e construção de novas bases aeroportuárias já estão nos planos. No entanto, para o pré-sal está sendo planejado também um ponto de interconexão em pleno mar.
Para baratear o transporte, a estratégia é a criação de unidades marítimas que servirão como estações intermediárias, informa o gerente-geral de serviços de transporte e armazenagem da estatal, Ricardo Albuquerque. Será um local onde os trabalhadores chegarão por meio de uma lancha ultrarrápida para, de lá, embarcarem em helicópteros de médio porte rumo a seu destino final. Essa estrutura flutuante, com nome técnico de "gangway", é chamada pelos funcionários da estatal de "ilha artificial".
"Estamos diante de circunstâncias totalmente diferentes das conhecidas", diz Albuquerque. Como os campos são gigantes e distantes, exigem um planejamento distinto. Além do transporte dos funcionários, outra questão fundamental é a distribuição de produtos essenciais ao funcionamento dos equipamentos de perfuração e exploração de petróleo, notadamente óleo diesel e fluidos químicos.
No caso da distribuição de diesel às plataformas, a intenção é adaptar um sistema que foi criado especificamente para a Bacia de Campos. Atualmente, navios-tanque ficam ancorados em zonas próxima às plataformas, fornecendo o combustível necessário a cada unidade, explica Albuquerque.
CONTEÚDO COMPLETO APENAS PARA ASSINANTES
sexta-feira, 2 de outubro de 2009
OFF TOPIC - OLIMPÍADAS
Entretanto existem 3 Desafios claros:
1) Fontes de financiamento: nos próximos 8 anos teremos "Minha casa minhavida", Trem-bala, Copa do Mundo, Olimpíadas e PRÉSAL. Ou teremos investidor externo ou vamos imprimir dinheiro. Ainda não está claro as fontes de recursos;
2) Capacidade técnica e de gestão: A última grande obra que teve a complexidade comparável aos projetos acima foi ITAIPU, que demorou 25 anos para ser implantada. Temos um corpo técnico e gerencial a altura destes desafios?;
3) Ineficiência: Os jogos panamericanos custaram 10 vezes mais que o orçado. Vigilância da sociedade é importante para que estes projetos tenham recursos gastos eficientemente.
O GEPP ESTÁ CONFIANTE QUE PODEMOS CONTRIBUIR PARA VENCER NESTAS 3 FRENTES.
quinta-feira, 1 de outubro de 2009
DEBATE NA FOLHA DE SÃO PAULO
Façam suas perguntas. Esta é a chance de debater o assunto.
terça-feira, 29 de setembro de 2009
GEPP DEFENDE EDUCAÇÃO
Veja os motivos nos posts dos dias 1 até 13 de setembro.
Leia, reflita e comente.
Se não concordar coloque sua alternativa.
Somente com debate esta geração deixará o melhor legado para as futuras gerações.
segunda-feira, 21 de setembro de 2009
Pré-sal tem debate no ''Estado''
As propostas do governo para a exploração do pré-sal e os critérios para repartir suas receitas estarão em debate no auditório do Grupo Estado no próximo dia 30, com a participação do presidente da Petrobrás, José Sérgio Gabrielli, do governador Paulo Hartung, do Espírito Santo, do senador Tasso Jereissati (PSDB-CE) e do presidente do Instituto Brasileiro do Petróleo (IBP), João Carlos de Luca, representando as companhias petroleiras privadas. O Grupo Estado aguarda para os próximos dias a confirmação de outros nomes convidados a participar.
O debate, que se estenderá das 10 às 13h, é o segundo sobre o mesmo tema organizado pelo Estado (o primeiro ocorreu em setembro de 2008). Terá transmissão ao vivo pela TV Estadão (www.estadao.com.br) e será dividido em dois blocos: na mesa 1, O novo modelo de exploração, a capitalização da Petrobrás e o viés estatizante; na mesa 2, Como distribuir a riqueza do petróleo e como compensar os danos ao ambiente.
sábado, 19 de setembro de 2009
IMPORTANTE APOIO AO GEPP
domingo, 13 de setembro de 2009
CHEQUE EDUCAÇÃO e PRÉ SAL
Vejam a tese simples abaixo:
i) É consenso que o dinheiro deve ser usado na Educação (todos os grupos têm este entendimento);
ii) Em 2018 teremos aproximadamente 20 milhões de crianças no 1o ciclo (ensino Básico/Fundamenal);
iii) Se destinarmos US$ 150 para cada criança mensalmente, serão necessários recursos de US$ 3 bilhões/mês ou 36 bilhões/ano;
iv) Caso tenhamos excedente exportável de 2,5 milhões de barris dia, isto equivale a aproximadamente 1 bilhão de barris/ano;
v) Na melhor das hipóteses teremos uma margem líquida por barril de US$ 30, isto equivale a royalties brutas de US$ 30 bilhões ano.
Resumo : AS RECEITAS POSSÍVEIS DE ROYALTIES DO PRÉ SAL SÃO INFERIORES AO GASTO COM EDUCAÇÃO
Colorário:
i) OU é balela que o recurso será usado para EDUCAÇÃO:
ii) Ou estão fazendo carnaval a toa
O destino OBRIGATÓRIO para educação básica através do CHEQUE EDUCAÇÃO evita desperdícios, desvio e corrupção.
Se desejar envie para seu twitter
quinta-feira, 10 de setembro de 2009
CHEQUE EDUCAÇÃO - Proposta básica
ii) Precisamos garantir que estes recursos cheguem REALMENTE a educação;
Nossa proposta é que TODOS os brasileiros que tenham filhos em idade escolar (1o ciclo)recebam um valor fixo - através de um documento com destino depósito bancário (apenas) em nome de uma escola;
1) Os pais ou responsáveis que receberem o CHEQUE EDUCAÇÃO podem decidir QUAL escola vai receber a ajuda;
2) Estes recursos podem ir para escola Pública ou Privada;
3) No caso de escola pública, haverá um conselho de PAIS e MESTRES que decidirá pelo uso em quadras poli-esportivas, informática, biblioteca e outros;
4) No caso dos pais que têm filhos em escola privada, provavelmente o valor não cobrirá o valor total da mensalidade, mas democraticamente poderá abater o preço das mensalidades.
VANTAGENS:
a) A gestão é feita pelos próprios pais, evitando o complexo caminho dentro da administração pública;
b) Retorna àqueles que pagam Imposto de Renda uma parte do que é enviado ao Estado. Afinal não deveria ser DEVER do ESTADO prover a educação básica?
DESVANTAGENS:
a) Pode ser considerado assistencialismo, algo que temos evitado construir;
b)Pode haver desvio em algumas escolas (é impossível ter controle total)
Vejam nos Posts abaixo a mecânica de funcionamento
segunda-feira, 7 de setembro de 2009
CHEQUE EDUCAÇÃO IV
1) Qual a estimativa de recursos a serem destinados ao Cheque Educação?
R:- Em 2018 TEREMOS 20 MILHÕES de crianças no ciclo básico. Uma ajuda de US$ 100 POR CRIANÇA levaria a um investimento de US$ 2 bilhões/mês.
2) Este destino (C.E.) não iria tomar todos os recursos do Fundo Social do Pré Sal?
R:- Sim. Entendemos que este é o destino mais eficiente. Outras áreas deverão receber recursos do desenvolvimento do país. Pré sal não é muleta. Temos que lutar pelo desenvolvimento e a principal arma é a Educação;
3) Desta forma a briga por royalities é uma bobagem?
Sim. Neste modelo não há recursos marginais. Todo recurso irá para Educação.
Critiquem Colaborem. Desçam a lenha
CHEQUE EDUCAÇÃO III
1) A escola se cadastra num site do MEC;
2) MEC Homologa a escola no programa CHEQUE-EDUCAÇÃO;
3) Os pais escolhem a ESCOLA (a prova de filiação e idade é a certidão de nascimento);
4) O MEC envia um cheque nominal em nome da Escola Cadastrada ao endereço dos PAIS;
5) Os PAIS Endossam o cheque e levam na escola;
6) Se OS PAIS não estiverem interessados/descontentes com a ESCOLA, basta não endossar. O recurso não chega a escola e também não é utilizado pelos PAIS;
7) A não compensação de 25% de cheques de uma escola é gatilho para uma auditoria/consultoria na escola;
8) Anualmente é feito um exame único de aprendizagem para os alunos da Escola (Ex: ENEM);
9) Com base nos resultados do MEC pode descredenciar escola .
Os pais administram e cobram resultados. O MEC avalia aprendizagem.
Vantagens: Descentralização da gestão e medição do aprendizado por competências
Desvantagens: Muitas escolas poderão ser fechadas devido a migração para escolas com melhores condições. As escolas com melhores pontuação podem criar vestibulinhos.
Critiquem. Desçam a lenha.
quinta-feira, 3 de setembro de 2009
Repercussões PRÉ SAL III
"Por razões ideológicas, políticas e eleitorais, o modelo que o governo Lula quer na exploração de petróleo na camada do pré-sal substitui o atual, de concessão, por um de partilha à brasileira, adiante explicado. Um de seus traços mais importantes é o imenso papel atribuído à Petrobrás na gestão do novo modelo.
Recorde-se que na concessão as empresas interessadas participam de um leilão e vence quem se dispõe a pagar à União o maior valor pela área licitada. A produção é da concessionária, a qual também paga a entes governamentais, na forma de "royalties", uma compensação pelo que retirou dos poços. Esses entes ainda recebem uma "participação especial" no caso dos poços mais rentáveis.
Esse modelo à brasileira traz dois grandes problemas, dos quais decorrem sérias consequências. O primeiro é o enorme poder dado à Petrobrás, que terá condições próximas de um monopólio. O segundo vem porque ela não dispõe de dinheiro para toda a empreitada, em razão do que terá de recorrer à União para capitalizá-la.
A engenharia financeira do novo modelo tem o seguinte roteiro - e para entendê-la, bem como para chegar às suas consequências, foi muito útil a entrevista do consultor Marco Tavares, da Gas Energy, ontem no ESTADÃO (página B4):
1) A Petrobrás não tem todo o dinheiro de que precisa;
2) a União também não tem;
3) esta emitirá títulos da dívida pública, pelos quais pagará juros (já gastando por conta...), e os entregará à Petrobrás, subscrevendo suas ações;
4) a União também vai se endividar mais para capitalizar o BNDES quando este, também acionista, subscrever sua parte da capitalização, para não perder poder na empresa;
5) em seguida, a Petrobrás pagará à União, com os próprios títulos que receberá dela, um valor atribuído a 5 bilhões de barris de reservas do pré-sal, ficando com elas;
6) no final, portanto, a Petrobrás terá essa reserva e o governo ficará com ações da empresa.
Nas consequências, entra em cena o "compromisso" governamental de que sua participação nos ganhos do pré-sal irá para um tal Fundo Social que dará recursos para a educação, a redução da pobreza, o desenvolvimento científico-tecnológico, obras de infraestrutura e a uma política industrial para o setor de petróleo. Como itens incluídos à última hora vieram a cultura e a proteção ao meio ambiente. Com isso a lista de prioridades já parece uma relação de vários Ministérios.Como o petróleo para o Fundo Social só chegará num horizonte que contempla esta década, a próxima e até mais, o que se constata é que reservas do pré-sal serão mesmo prioritária e antecipadamente usadas para capitalizar a Petrobrás.
Entretanto, há esperança enquanto há vida e congressistas ainda dignos do nome. O que se espera deles é que façam o Congresso superar esse obstáculo do regime de urgência - que parece viável na visão de vários -, estendendo a discussão do assunto para tornar transparente o que o governo está propondo, para ficarem claros para o povo brasileiro as perdas e os ganhos desse imenso negócio e para - que Deus nos ouça - tomar medidas corretivas.Do jeito que está, na Petrobrás a sua gente já deve estar cantando música muito difundida por Ivete Sangalo e cujos versos finais, aqui parodiados, ficariam assim: "Que vai/ que vai rolar a festa/ vai rolar!/ O povo da Petrobrás/ mandou avisar..." Roberto Macedo, economista (USP e Harvard), professor associado à Faap, é vice-presidente da Associação Comercial de São Paulo
terça-feira, 1 de setembro de 2009
Repercussões do pré-sal II
"Ideia ruim, ideológica,politizada. Futuro não se decide assim
A festa do Pre-Sal foi ruim por inúmeros motivos. O processo de partilha é inferior ao da concessão. Na concessão há leilão público, transparente, e vence o melhor preço. Na partilha será uma burocracia que vai decidir com opacidade, ou coisa pior dependendo do governo.
A idéia de privilegiar uma empresa de capital aberto, como a Petrobrás, é injusta com os não acionistas da empresa: a maioria do povo brasileiro.
O debate para a proposta foi intra-muros. Não foram ouvidos os governadores, os municípios, as organizações, os especialistas. O governo ouviu apenas a si mesmo.
O presidente Lula montou um palanque para a sua candidata. Isso é uma visão limitada, conjuntural, não é assim que se decide o futuro. Fez um discurso político-partidário com inclusive afirmações falsas. Ele queria uma festa de campanha e não falar sério sobre o futuro. O governador de São Paulo José Serra demonstrou falta de visão política indo lá. Porque o projeto é ruim, porque era uma festa apequenada pela politização ele perdeu oportunidade de ter dado um sinal com sua ausência. Deveria ter ido se fosse um momento de pensar a sério o futuro do país. Não era.
A espantosa ausência da questão ambiental num mundo em que é tão urgente o esforço para reduzir as emissões de gases de efeito estufa revelou a ideologia do governo Lula. Ele está se lixando para o meio ambiente. Ele está se lixando para o futuro. A visão dele é curta, pobre, equivocada."
Colegas onde está a POLI? Qual o motivo deste silêncio?
Repercussões do PRÉ-SAL
CONTRIBUIÇÃO DE NOSSO COLEGA JUAN PABLO
Vale a pena dar uma rápida olhada na apresentação da Ministra Dilma Rousseff e a versão, ainda preliminar, dos projetos de lei referentes ao marco regulatório do pré-sal. Referidos documentos podem ser acessados clicando-se diretamente no link abaixo:
http://www.cdes.gov.br/exec/evento/exibe_evento.php?p=f01200e46c4157d95fc4f539e341ed652ad500b8bbf3
Pode se ter uma idéia bastante clara do que isto pode significar na economia
Comentem. Desçam a lenha.
sexta-feira, 28 de agosto de 2009
Como garantir que o dinheiro do PRÉ-SAL vá para Educação ...II
MARCELO ESTEVES (POLI PRO 87): "A ideia do cheque educação é boa, e um bom início da discussão. Por outro lado, isso resolve uma questão de desembolso, de despesa mensal dos pais - mas sem o compromisso ou a perspectiva de uma mudança sustentada, penso "
MORICCI (POLI PRO 87): o exemplo da CORÉIA precisa ser investigado e copiado
PINNA (FAU USP 2006): Acredita que apenas "baixa renda" deve ser a prioridade no cheque educação.
Você também tem algo a contribuir? Desça a lenha.
Siga o blog- clique a direita do POST. Veja ao lado quem já segue.
quinta-feira, 27 de agosto de 2009
CHEQUE EDUCAÇÃO - Como Garantir que o dinheiro do PRÉ SAL vá para EDUCAÇÃO?
i) Sabemos que parte substancial dos recursos do PRÉ SAL será direcionada para educação (O que o GEPP concorda);
ii) Precisamos garantir que estes recursos cheguem REALMENTE a educação;
Nossa proposta é que TODOS os brasileiros que tenham filhos em idade escolar (1o ciclo)recebam um valor fixo - através de um documento com destino depósito bancário (apenas) em nome de uma escola;
1) Os pais ou responsáveis que receberem o CHEQUE EDUCAÇÃO podem decidir QUAL escola vai receber a ajuda;
2) Estes recursos podem ir para escola Pública ou Privada;
3) No caso de escola pública, haverá um conselho de PAIS e MESTRES que decidirá pelo uso em quadras poli-esportivas, informática, biblioteca e outros;
4) No caso dos pais que têm filhos em escola privada, provavelmente o valor não cobrirá o valor total da mensalidade, mas democraticamente poderá abater o preço das mensalidades.
VANTAGENS:
a) A gestão é feita pelos próprios pais, evitando o complexo caminho dentro da administração pública;
b) Retorna àqueles que pagam Imposto de Renda uma parte do que é enviado ao Estado. Afinal não deveria ser DEVER do ESTADO prover a educação básica?
DESVANTAGENS:
a) Pode ser considerado assistencialismo, algo que temos evitado construir;
b)Pode haver desvio em algumas escolas (é impossível ter controle total)
Colegas, comentem. Aprovem, rejeitem. Desçam a lenha.Vamos propor algo para que não fiquemos a reboque de políticos de Brasília. ABS
segunda-feira, 24 de agosto de 2009
GEPP DEFENDE DEBATE SOBRE PRÉ-SAL
O relâmpago foi visto, mas o estrondo forte ainda não foi ouvido pela sociedade. Como um grande trovão sabemos que o tempo vai mudar, mas não nos preparamos. Algo tão importante para o futuro do Brasil vai sendo estruturado sem debate: o modelo do pré -sal.
Até o momento governo não abriu ou provocou uma discussão ampla com a sociedade dos aspectos relevantes que definirão o modelo de pré-sal. A análise e o real entendimento do problema está circunscrito a uns poucos técnicos do ministério do planejamento, ANP, PETROBRÁS e de alguns setores que estão na cadeia produtiva do petróleo. Provavelmente não mais do que 30 pessoas no Brasil têm acesso ao projeto como um todo, suas interconexões e futuros impactos. O mais preocupante é que parece que este pequeno círculo de indivíduos não está disposto a iniciar um debate sobre o tema.As decisões tomadas por este pequeno círculo de técnicos nos afetará por pelo menos 20 anos. Os valores envolvidos no Pré-sal são de escala equivalente a introdução da indústria automobilística no Brasil. Alguns dados que demonstram esta analogia:
1) Reservas estimadas entre 60 e 180 bilhões de barris, sendo o mais provável 90 bilhões de barris (o dobro das reservas da Noruega);
2) Petróleo de qualidade: o petróleo originalmente extraído no Brasil, tanto no mar como na terra, sempre foi de baixa qualidade (menor que 25 API –medida de densidade relativa com a água). Trata-se de um petróleo pesado, com baixos índices de voláteis (querosene, diesel e gasolina). O petróleo do Pré-sal, ao contrário, é leve de alta qualidade (acima de 25 API);
3) Reservas internacionais em queda: O caso mais dramático para representar a futura escassez é os EUA, que possuem apenas 39 bilhões de barris para um consumo anual de 10 bilhões de barris;
4) Em termos financeiros e econômicos os montantes são ainda mais relevantes: se as reservas forem precificadas conservadoramente a US$ 50 o barril teremos US$ 4,5 trilhões em recursos (quase três vezes o PIB brasileiro).
O efeito multiplicador na economia é potencializado pelo enorme esforço logístico e tecnológico para extrair eficientemente este petróleo.
O Grupo de Engenheiros da Escola Politécnica da USP (GEPP) fez um levantamento preliminar do detalhamento das necessidades de recursos humanos e infra estrutura. Estimativas conservadoras apontam para números impressionantes:
i) cada plataforma de petróleo necessitará em média 500 técnicos para operar;
ii) serão necessárias, nos próximos 8 anos, 50 plataformas ou o equivalente a 25.000 profissionais na operação direta do pré-sal. Teremos de construir um mini arquipélago de plataformas (com dimensões de uma cidade) a 200 km da costa brasileira.
Para fazer esta cidade funcionar, os recursos indiretos necessários nas estruturas de apoio, manutenção e suporte a vida, gerarão 10 empregos indiretos para cada emprego direto. Mais de 250.000 postos de trabalho serão abertos, demandando profissionais qualificados e com conhecimento especializado. O GEPP estima que 2.000 empresas das áreas de componentes elétricos, metalurgia, mecânica, treinamento, informática, refeições, segurança, transportes aéreos e marítimos serão necessárias na cadeia logística. Uma nova onda industrial irá se estabelecer vinculada a operação do Pré-Sal.
É triste perceber que apesar da avalanche de notícias sobre o Pré-sal, não houve nenhuma iniciativa para estabelecer ou mediar um diálogo entre os atores tanto da cadeia logística tanto como os beneficiários indiretos dos recursos oriundos pré-sal.
Precisamos estimular encontros entre administrados, engenheiros, ambientalistas, tecnólogos e técnicos interessados em debater as melhores estratégias técnicas. Precisamos ver juristas estudando o marco regulatório suas limitações e consequências. Precisamos ver gestores públicos e financeiros analisando com o os fundos do pré-sal serão geridos (com enorme impacto no câmbio). Precisamos ver educadores preocupados em garantir que o dinheiro que será dedicado a educação seja realmente aplicado de forma eficiente.
O assunto é por demais complexo para não haver uma discussão sobre os rumos que queremos. Parece que esperamos que uma “entidade superior” vá trazer a melhor solução. Não vai.
Nossa geração precisa acabar com este debate “onde ninguém fala e ninguém ouve”. Senão quem pagará a conta dos erros e acertos das decisões tomadas, será a geração que ainda está por nascer e portanto não pode dar voz aos seus anseios. RAMIRO
quinta-feira, 20 de agosto de 2009
Resultados do pré-sal irão para todos os Estados e municípios
Vejam matéria na íntegra:
"O governo deve enviar ao Congresso um projeto que tratará exclusivamente da divisão do dinheiro arrecadado com o petróleo do pré-sal. Essa foi a proposta feita ontem pelos líderes da base de apoio ao governo, que estiveram reunidos com o presidente Lula.
No modelo apresentado aos aliados, os royalties arrecadados serão destinados ao fundo de desenvolvimento social e, de lá, distribuídos a todos os Estados e municípios, e não apenas àqueles onde a exploração é feita, como é hoje. O fundo será de responsabilidade da União.
A avaliação política é que a divisão dos recursos do pré-sal será um dos pontos mais polêmicos das novas regras. Um projeto em separado tratando só desse assunto pode evitar que a disputa entre governadores e prefeitos que hoje recebem royalties e aqueles que não têm direito pelas regras atuais paralise a tramitação do marco regulatório do pré-sal.
No início, o governo chegou a discutir a redução dos royalties a Estados e municípios em 50% e beneficiar quem hoje não recebe nada. Como não houve consenso sobre a proposta, foi analisada a alternativa de deixar a solução para o Congresso, que já examina ao menos 16 projetos nesse sentido.
O projeto que criará a partilha da produção, modelo em que o governo receberá parte do petróleo produzido das empresas vencedoras da licitação, não trará regras específicas para calcular os royalties. A cobrança será prevista no texto, mas a forma de distribuição ficará remetida a lei específica. Enquanto não for aprovado o novo modelo de distribuição dos royalties, valerá o modelo atual. Hoje, a alíquota é de 10%.
A União fica com três pontos percentuais, e os Estados e os municípios, com o resto. Além disso, o governo já decidiu que vai alterar o sistema de arrecadação e distribuição dos royalties apenas nos campos do pré-sal ainda não leiloados. Nos que já foram concedidos, o modelo atual será mantido.
A proposta discutida pelo governo é manter a alíquota e a participação da União, mudando apenas os percentuais destinados a governadores e prefeitos. O dinheiro arrecadado seria, então, transferido ao fundo de desenvolvimento social, de onde seria feita a distribuição.
O governo discute também como será feita a compensação aos Estados e municípios onde ocorrerá a produção de petróleo. A ideia é que um percentual do dinheiro arrecadado pelo fundo com o pagamento de royalties seja destinado exclusivamente a essas regiões, que receberiam duas vezes: uma no rateio geral com todas as unidades da Federação e outra pela produção em seu território.
Na terça, Lula esteve com o governador Sérgio Cabral (PMDB-RJ) para discutir o modelo de royalties. O Rio é um dos principais opositores a mudanças nas regras. A divulgação do marco regulatório será feita num grande evento, no dia 31, em Brasília.
Antes do anúncio e no mesmo local, para evitar vazamento de informações, o presidente Lula realizará reunião ministerial e do Conselho Político."
VISÃO DO GEPP
É bom lembrar que um dos municípios do RJ que recebe Royalties do petróleo colocou porcelanato no calçadão da praia. A distribuição pura e simples deste recursos não é eficiente senão houver metas específicas para saneamento básico e educação. Deve haver uma vinculação.
domingo, 16 de agosto de 2009
Leitor de PORTUGAL comenta o PRÉ-SAL
Abaixo trechos da correspondência:
"Indo ao encontro do tema mais geral “Petróleo” inserido da discussão do Pré Sal (o correcto mesmo até seria pós sal!) do vosso blogue da Poli, sugiro-lhe ver a entrevista efectuada a António Costa e Silva, um discreto mas brilhante português, mundialmente reconhecido nesta área. Para além de ser professor do Instituto Superior Técnico (é a escola de engenharia mais antiga e uma das mais conceituadas de Portugal) é CEO da Partex, empresa portuguesa, detida pela Fundação Caloust Gulbenkien.
A Gulbenkien tem um peso institucional em Portugal superior aos ministérios da Cultura e Ciência e Tecnologia juntos. A Partex gere as suas participações financeiras e interesses diversos na área do petróleo, sendo um player discreto mas altamente reconhecido internacionalmente, com laços sólidos firmados com os parceiros locais onde actua. No Brasil tem uma sucursal e parcerias diversas com a Petrobrás, não só em áreas tecnológicas ligadas ao ramo mas igualmente na exploração de vários poços offshore na costa brasileira.
Depois deste preâmbulo chamo a sua atenção para a referência que a dada altura é feita na entrevista ao Professor Amílcar Soares do CMRP - Centro de Modelização de Reservatórios Petrolíferos, do IST ( é um centro de investigação direccionado para o desenvolvimento e implementação de modelos matemáticos e geoestatísticos, aplicados a dois grandes domínios: a caracterização de Reservatórios Petrolíferos e ao Ambiente). O CMRP colabora activamente com as maiores multinacionais petrolíferas, entre as quais a Petrobrás. È uma área muito interessante, pois não sei se sabe, o retorno de exploração das jazidas de petróleo é apenas cerca de 30%, em média, do total das mesmas. Há ainda um longo caminho na definição correcta e optimização da extracção das jazidas e, é nesta área que este centro dá um contributo importante.
No debate actual no Brasil sobre o modelo de exploração a implementar no Pré Sal, entre o modelo de parceria ou o de licitação, os aspectos técnicos serão sempre subjugados às várias condicionantes politicas envolvidas. É referenciado o modelo da Noruega como exemplo. No entanto as condicionantes que presidiram à implementação do mesmo, alteraram-se substancialmente desde então. Além do mais a realidade brasileira e o mais que previsível impacto mundial das suas reservas, aconselham muitíssima cautela ao Brasil ao se movimentar num meio onde ainda é iniciante (apesar da criação da Petrobrás advir do tempo de Getúlio, no pós guerra).
Os interesses envolvidos são imensos e, por exemplo, não são em nada ridículas as afirmações proferidas à meses, por Lula, dando nota da importância e necessidade do Brasil reformar e modernizar as suas forças armadas.
Mas voltando ao tema e, dentro das apreciações meramente técnicas, alguns argumentos a favor do modelo de parceria, tem a haver com a diluição do risco provocado pela indefinição até geográfica das concessões. È uma hipótese forte que muitas bacias não se desenvolvem na vertical das áreas, o que faz com que, sendo confinantes, a extracção de uma pode na realidade corresponder na prática ás reservas de outra confinante.
Julgo, no entanto que o debate aí terá que ser mais amplo e assumir primeiro uma hierarquia: Antes de mais, debate nacional sobre a estratégia e modelo nacional de desenvolvimento politico económico e social. Depois as estratégias e modelos sectoriais, ente os quais o da energia. O modelo a implementar na exploração e afectação de recursos e receitas do petróleo estará sempre condicionado aos itens anteriores.
Gostaria de sugerir, caso não conheça, a leitura de um livro interessante e que remonta ao início dos anos oitenta (Pós primeiro e segundo choque petrolífero), “O desafio mundial” de Jean-Jacques Servan Schreiber.
Luís enviou-lhe este vídeo:ANTÓNIO COSTA E SILVAVeja o vídeo em: http://www.sic.pt/online/video/informacao/Negocios+da+Semana/2009/8/antonio-costa-e-silva.htm
CNRP:
http://cmrp.ist.utl.pt/index.php?lg=1
quinta-feira, 6 de agosto de 2009
POÇO DE DÚVIDAS II - PRÉ SAL
Pré-sal: o Brasil escolhe modelo de países atrasados
O Brasil está seguindo o caminho de outros países subdesenvolvidos na exploração do petróleo na camada do pré-sal. Está trocando o modelo de exploração de concessão, adotado por EUA, Inglaterra, Noruega, pelo regime de partilha, que é usado por Nigéria, Líbia e Angola. Por que exatamente isso está sendo defendido pelo governo brasileiro nem mesmo os especialistas conseguem explicar.
A principal diferença entre esses dois modelos é que no primeiro a empresa que explora o campo do petróleo recompensa o governo em forma de dinheiro. No segundo, isso acontece com petróleo, a empresa entrega parte da extração. De acordo com o especialista em energia da Coppe, Giuseppe Bacoccoli, enquanto o governo está preocupado em "como" será restituído, no mercado, a dúvida é de "quanto" será a restituição.
- A mudança de regime vai trocar um modelo que é usado pelos principais países desenvolvidos, e que já é usado e conhecido no Brasil há mais de 10 anos, para um outro que é utilizado por países subdesenvolvidos. Por enquanto, o governo só fala em como será pago, mas os investidores querem saber, na verdade, quanto terão que pagar. Isso permanece obscuro e gera apreensão- afirmou.
Outra coisa que preocupa os investidores é a ideia de que a Petrobras será a operadora de todos os campos. Na prática, significa que a empresa brasileira irá administrar e tomar as decisões mais importantes sobre a exploração. As empresas estrangeiros ficarão, portanto, subordinadas à gestão da Petrobras.
- Nenhuma empresa gosta de ter que seguir as ordens de uma outra - disse Bacoccoli.
Todas essas dúvidas são preocupantes porque os investimentos no pré-sal são monstruosos. Há estimativas variando de US$ 150 bilhões a US$ 300 bilhões. Somente no campo de Tupi, a Petrobras quer colocar 8 plataformas, que terão custo de US$ 12 bilhões.
Fala-se também da criação de um fundo para ajudar na saúde e educação. Mas todo mundo sabe que dinheiro carimbado no Brasil não existe. É só lembrar do que era dito sobre a Cide e a CPMF.
Bacoccoli afirma que as mesmas dúvidas que preocupam os investidores deixam apreensivos também prefeitos e governadores de municípios e estados das áreas do pré-sal.
- Ninguém sabe dizer se a restituição será maior ou menor - afirmou.
terça-feira, 4 de agosto de 2009
Um poço sem fundo: dúvidas do pré sal
"Um poço sem fundo de dúvidas: pré sal
O colunista blogueiro está de volta das férias e de algumas facadas médicas, as últimas, espero (as facadas, não as férias).
Na coluna de ontem, domingo, na Folha, trato das indefinidas definições do projeto do governo para regulamentar a exploração do petróleo do pré sal. De menos incerto, até agora, sabemos apenas que:
1) A Petrobras será a operadora, a gerente geral, da exploração de todos os campos do pré sal e de ‘outras áreas estratégicas‘, não sabemos quais;
2) A Petrosal será criada, mas ainda não estão claras as suas atribuições (assessoria técnica para o governo, gestora geral do ritmo e do destino da exploração do petróleo, fiscal das empreas privadas e da Petrobras etc?);
3) O sistema será de "partilha" no pré sal (as empresas exploradoras entregarão parte da receita do petróleo (ou petróleo vivo) ao governo, parece que via Petrosal, que se encarregará de dar destino ao petróleo obtido (que, no entanto, será negociado, na prática, pela Petrobras);
4) Parece que a Petrosal será sócia de todas as empresas exploradoras (a fim de evitar que as petroleiras chutem seus custos para cima e, assim, reduzam a parcela do petróleo que o Estado receberia);
5) A Petrobras será capitalizada. Isto é, vai emitir ações, que na maior parte seriam compradas pelo governo; 6) O dinheiro da partilha irá para um fundo, o Fundo de Desenvolvimento Social.
Dúvidas
As dúvidas são tantas que mal dá para enumerá-las sem maior confusão. Mas, para dar um tiro:
1) Como será definida a participação da Petrobras em cada campo do pré sal? Quem vai fazê-lo, com quais critérios? Quanto a Petrobras deverá entregar na "partilha" com o governo?
2) Como empresa mista (com ações na mão da União e do setor privado), portanto sujeita às leis das empresas privadas, pode receber tal privilégio?
3) Como a Petrobras será capitalizada? Com quais recursos? Com cessão de áreas do pré sal? Os minoritários da Petrobras poderão entrar no negócio (deveriam, em tese)?
4) Quem vai gerir os investimentos do Fundo de Desenvolvimento Social (os investimentos feitos com o dinheiro do petróleo do pré sal)? Quem vai definir onde serão investidos tais recursos? Só os rendimentos do Fundo seriam gastos de modo corrente?
5) Quem vai definir o ritmo da exploração dos campos do pré sal? Quem vai definir o que será feito do petróleo recebido pela Petrosal (refino, exportação, venda no mercado doméstico etc)? Como o governo pretende que a Petrosal receba sua "parte" da partilha em petróleo vivo, como vai lidar, na prática, com os barris? Pode ficar com barris "arquivados", numa reserva? Para não ficar com petróleo extra que não queira negociar, vai impor um ritmo de exploração às empresas (à Petrobras e eventuais sócias que tenha nos campos do pré sal)?
6) O governo pretende controlar o ritmo de exploração dos campos do pré sal a fim de, também, dar tempo para que empresas nacionais estejam preparadas para fornecer os equipamentos de exploração, transporte etc. Como será organizado este processo? Isto é, quem vai decidir quando haverá bastante equipamento nacional para fornecer às petroleiras, de modo que elas possam explorar o pré sal? Trata se de coadunar os interesses da exploração com o da prioridade ao equipamento nacional. É uma boa intenção, mas não é nada fácil de fazer. No limite, na pior hipótese, podemos ter um caso de reserva de mercado para o produtor nacional de equipamentos que provocaria atrasos na exploração.
Assinante pode ler a íntegra da coluna aqui.
Escrito por Vinicius Torres Freire às 18h27"
Comentários (1) Enviar por e-mail Coluna Vinicius Torres
quinta-feira, 30 de julho de 2009
MISTÉRIOS NO PRÉ-SAL
Vejam alguns exemplos:
i) Taxa de positivação dos poços exploratórios: até junho 09 as informações disponíveis na ANP mostravam que 100% dos poços tinham petróleo em quantidades economicamente viáveis. Notícias mais recentes mostram que é 87% (ainda assim com excepcional índice de positivação);
ii) Indefinição no modelo de concessão: No modelo atual - de concessão -, a Agência Nacional do Petróleo (ANP) faz licitações anuais das áreas com probabilidade de haver petróleo, recebendo ofertas de empresas privadas ou de economia mista, inclusive a Petrobrás. Os vencedores têm direito de explorar as reservas e vender o petróleo encontrado no mercado.
Parece que para a área do pré-sal, as regras serão diferentes. Em vez de concessão, o modelo será o de partilha. O governo criará uma estatal que distribuirá áreas sem licitação e venderá o petróleo extraído, remunerando a empresa exploradora.
Consequências: Ao fazer da Petrobrás a operadora única do pré-sal, o governo conferirá à empresa a responsabilidade pela contratação de equipamentos e serviços, encomendas e contratação de pessoal - ou seja, a gerência dos projetos.
A falta de um debate aberto pode trazer prejuízos futuros para a exploração eficiente do PRÉ-SAL. Não se trata de ser oposição ou governo, trata-se de transparência.
Nosso grupo que não representa nenhum interesse específico e é um dos poucos que procura trazer elementos objetivos para o debate.
A idéia é o GEPP junto com a AEP promover um debate em Setembro em São Paulo, convidando todos os envolvidos para haver maior entendimento do problema.
O que vocês pensam da idéia?
Alguém tem um contato na AEP para viabilizarmos este evento?
terça-feira, 21 de julho de 2009
PARTE III
Para tal, continuariam a coexistir escolas públicas e privadas, com o governo fixando um patamar salarial mínimo para os professores em cada região. Investimentos do governo na área de educação básica (níveis fundamental e médio) seriam realizados de acordo com parâmetros como os seguintes:
- cada escola pública teria a possibilidade de aderir a um sistema federal único de ensino, contando com um orçamento base de acordo com suas características (dados históricos, como o número de alunos matriculados);
- este orçamento seria revisto anualmente e modificado de acordo com o atingimento de determinadas metas (desempenho em exames nacionais, nº de novas matrículas, evasão escolar etc);
- os pais ou responsáveis por crianças e jovens na faixa de 4 a 18 anos receberiam anualmente um cheque escolar, que poderia ser utilizado em qualquer estabelecimento de ensino, público ou privado, à sua discrição (mais detalhes em http://www.heartland.org/policybot/results/16856/Ten_Principles_of_School_Choice.html);
- regiões de baixa densidade populacional receberiam uma especial atenção do Estado visando suprimir deficiências estruturais.
Com relação ao Ensino Superior, uma possibilidade seria estender a oferta de empréstimos para os que quiserem cursar a carreira em faculdade privadas. Preparado por FABIO CERQUINHO
sábado, 18 de julho de 2009
PARTE II
Existem diversos projetos de lei tramitando no congresso nacional a respeito do destino dos recursos da receita proveniente do pré-sal. Em sua maioria nossos parlamentares entendem que os recursos devem ser direcionados para educação o que entendo ser bastante correto, porém a que a forma de aproveitamento dos recursos está equivocada, pois não foca em criar uma poupança e sim destinar os recursos diretamente para os Estados e Municípios. Em meu entendimento este modelo provavelmente acabará se misturando ao orçamento dos Estados e Municípios e acabará substituindo os recursos atualmente destinados à educação reduzindo o efeito esperado de alavancagem do volume de recursos destinados à educação. Além disso, não estaríamos criando uma poupança perene para as gerações futuras. Desta maneira, entendo ser melhor a criação de um Fundo Soberano que receberá 100% da receita proveniente do pré-sal e somente os dividendos serão aplicados prioritariamente na educação. A criação do fundo, porém deve ser muito cuidadosa, pois é preciso que cuidemos para que o os recursos sejam geridos de maneira eficiente e não criemos mais uma empresa estatal e acabe virando mais uma “caixa preta”.
A seguir uma proposição de modelo:
Destino dos Recursos: Fundo soberano
Vantagens:
- ao invés de consumir os recursos imediatamente é criada uma poupança que seus dividendos podem ser consumidos gradativamente permitindo uma melhor distribuição no tempo.
- a velocidade de exploração do pré-sal não impacta diretamente no orçamento do país, pois a receita entra diretamente no fundo que está fora do orçamento.
- a prioridade é na monetização dos recursos do petróleo, pois estes não são consumidos imediatamente.
Destino dos dividendos:
Basicamente educação através de políticas públicas como por exemplo o Cheque Escola (modelo semelhante ao bolsa família onde o cidadão recebe um cheque que somente pode ser utilizado na rede escolar). Parte dos dividendos poderia ser direcionados à pesquisa e desenvolvimento de fontes energéticas alternativas de baixo impacto ambiental.
Gestão do fundo: Privada (concedida às instituições financeiras de grande porte nacionais privadas de capacidade técnica comprovada via concorrência pública)
Vantagens: melhor gestão dos recursos através de profissionais de conhecimento comprovado, menor custo, fiscalização simplificada e obrigatória, impossível de ser “aparelhada” pelo governo.
Portfólio: diversificado de investimentos baseado na estratégia de longo prazo do país.
Alternativas de balanceamento entre investimentos no país e no exterior possibilitando gerenciar melhor o fluxo de dólares na balança de pagamentos do país.
Fiscalização: Governamental via ANP
Vantagem: está dentro das competências da agência reguladora, a corrupção tem pouco espaço para se desenvolver.
Estas proposições não esgotam o tema, mas podem apoiar na construção de um modelo viável para o país.
Alexandre Cricci
11/7/9
Fontes de consulta:
A produção de Petróleo como Base para um Novo Ciclo de Desenvolvimento
Booz&Co.
http://www.booz.com/media/file/22_PRE_SAL_vf_140509.pdf
Portal da Câmara dos Deputados
http://www.camara.gov.br/
quarta-feira, 1 de julho de 2009
CONCLUSÕES - PRÉ-SAL - PARTE I - MARCO REGULATÓRIO
As principais informações que nos levaram a este consenso:
i) Curva de reservas mundiais em baixa: Atualmente para cada barril descoberto em novos campos o mundo consome quatro barris. O caso americano é sintomático para um consumo de 10 bilhões de barris ano, os EUA têm reservas de 39 bilhões. A decisão estratégica dos EUA é não utilizar suas reservas sendo que o consumo se dá através de petróleo importado (97%);
ii) Qualidade, Quantidade e Risco no Pré-sal: O marco regulatório vigente é baseado em premissas da década de 70: a) o petróleo brasileiro é pesado (baixa nível de voláteis e qualidade) com índices de 18 a 22%; b) A distribuição das reservas é desconhecida e o índice de positivação (número de poços com petróleo descoberto / número de perfurações realizadas) é pouco abaixo da média mundial que é 5%. O PRÉ-SAL apresenta características totalmente distintas: a) Trata-se de um petróleo leve de altíssima qualidade ( 28 a 36% de voláteis); b) O índice de positivação é de 100% (nos 23 poços perfurados numa área de 20.000 km2); c) As reservas estimadas chegam a 240 bilhões de barris sendo que Petróleo recuperável está na faixa de 60 a 120 bilhões (sendo o valor mais provável 90 bilhões).
Tendo em vista estes fatos o paradigma da década de 70 de “contrato de risco” não faz mais sentido, pois não existe risco e qualidade do petróleo é alta.
Portanto o novo marco regulatório deveria ter as seguintes características:
1) Criação de um fundo gestor do PRÉ-SAL;
2) A remuneração para a extração do petróleo deveria ter a base mínima 70% (união) e 30% (empresa exploradora);
3) Os contratos seriam obtidos por licitação para aqueles que apresentarem propostas de remuneração a união superior a 70%;
4) A licitação das áreas seria responsabilidade da ANP, que regularia a velocidade de extração pela limitação anual de áreas abertas a licitação;
5) A PETROBRÁS seria uma empresa concorrente e seu benefício seria a experiência na prospecção e suporte logístico já instalado no território nacional.
Acredito ser este o primeiro esboço do marco regulatório.
As partes em desenvolvimento: Parte II – Modelo de funcionamento do fundo gestor do PRÉ-SAL (com definição de volume de recursos internalizados e forma de remuneração da união, estados e municípios ). Resp. Cricci
Parte III – definição da destinação dos recursos. É consenso que seria EDUCAÇÃO. Outros setores ainda dependem de avaliação mais profundo (i.e investimento em P&D de fontes de combustíveis alternativos). Obrigação do uso em educação através do “cheque-educação”. Resp. Cerquinho
Aguardamos sugestões, críticas, correções e comentários.
Definimos como data limite para apresentarmos o artigo 30 de julho.
Precisamos muito do empenho de todos. RAMIRO
segunda-feira, 22 de junho de 2009
CONTRIBUIÇÕES AO DEBATE DO PRÉ SAL
o INTERESSANTE É QUE APENAS 4% PODE SER USADO NA ECONOMIA INTERNA A CADA ANO. Esta pode ser uma idéia interessante para evitar a valorização do REAL (apontada pelo TOLEDO como uma das desvantagens possíveis). Fiz um resumo das principais idéias.
"A pedido da comissão, foi detalhado mais o modelo da Noruega", disse ao Estado um participante da reunião.Os noruegueses criaram uma empresa 100% estatal chamada Petoro, que tem 60 funcionários. Ela não explora diretamente o petróleo, como faz a Petrobrás, mas entra como sócia de empresas que operam os poços. Os ganhos da Petoro serão gastos majoritariamente para garantir benefícios previdenciários das futuras gerações.A Petoro envia tudo o que ganha para um fundo de pensão, que atua como se fosse um fundo soberano. O dinheiro é investido no exterior, na compra de ações e bônus. Apenas os dividendos são gastos. Somente 4% do dinheiro do fundo pode ser usado na economia interna a cada ano. No ano passado, os ativos do fundo somavam US$ 396,5 bilhões..O estudo foi apresentado pelo secretário de Política Econômica do Ministério da Fazenda, Nelson Barbosa. "Questionado se isso tornaria inviável a idéia do presidente Lula de utilizar os recursos do pré-sal para investir em educação, ele comentou: "Se a decisão for essa, pode-se perfeitamente conciliar uma coisa com a outra, reservando-se uma parte dos recursos para investimentos em educação e saúde e a outra parte para a formação do fundo soberano no exterior". Para Lobão, o fundo soberano garante "absoluta segurança econômica" dos países, pois esses poderão sacar recursos do exterior sempre que houver necessidade. As receitas do petróleo também permitem aos produtores eliminar o déficit nas contas externas.
APESAR DE INTERESSANTE O MODELO NORUEGUÊS PODE SER FALHO. Cricci nos envia um segundo artigo a respeito (também resumido aqui).
O atual sistema norueguês custou US$ 6 bilhões aportados pelo governo ao longo de dez anos, entre 1987 e 1997. O modelo prevê a participação de uma empresa estatal em parte das concessões de áreas exploratórias de petróleo. Na época, a Noruega possuía uma reserva total de 25 bilhões de barris de óleo equivalente.A estatal 100% norueguesa, batizada de Petoro, foi criada somente em 2001, ou seja, quatro anos após o programa de aportes financeiros. O fundo que hoje administra todos os recursos provenientes do petróleo foi criado a partir do lucro da Petoro e da arrecadação dos royalties cobrados de outras áreas em que a Petoro não participava. Indagado sobre a gestão dos recursos do fundo existente na Noruega e também da estatal, Moe lembrou que “na Noruega não há corrupção”, em alusão à possibilidade de o mesmo modelo ser criado no Brasil.
Um dos efeitos negativos da exploração do PRÉ-SAL (como levantado por TOLEDO) pode ser combatido pelo modelo Norueguês. O risco é a transparência na gestão deste fundo.
Outro ponto não resolvido é a exportação de derivados do petróleo e não o produto in natura.
Vejam comentários do POST anterior.
segunda-feira, 15 de junho de 2009
PRÉ SAL - Dádiva ou Maldição?
1) Recursos não devem ser utilizados para atenuar efeitos em áreas que precisam de reformas estruturais: trabalhista, previdenciária e fiscal;
2) Recursos não devem gerar acomodação na atividade empreendedora. Efeito nocivo : milhares de jovens procurando emprego público;
3) Recursos não devem ser utilizados em áreas que a iniciativa privada pode atuar. Exemplo o governo pretende construir "casas populares". Isto causa 3 distorções : clientelismo, efeito eleitoreiro e substitui a iniciativa privada que pode fazer eficientemente este trabalho. (ou o próprio aumento de renda que a exploração irá trazer poderá financiar estas casas populares?)Lembrem-se dos desastres das cidades TIRADENTES em SP e De Deus no RJ.
Existe o risco de sermos empurrados para a solução mais fácil e popular: esquecer as graves distorções que temos e utilizar os recursos para mitigar os problemas de curto prazo.
O Pré-sal pode ser uma dádiva ou uma maldição. Pode ser um fator de alavancagem ou de assistencialismo. O debate nacional está neste ponto. Qual o nosso posicionamento?
domingo, 14 de junho de 2009
Uma visão do PRÉ -SAL
i)A extração deve ser feita de forma descentralizada: vários pólos regionais na costa brasileira abrangendo os estados de SC, PR, SP, RJ ES.
ii)A logística de distribuição deve ter redundâncias que impeçam problemas de fornecimento: possíveis riscos naturais ou humanos que interditem trechos do oleoduto
iii)Todo a área deve ter um sistema de segurança dedicado e exclusivo: defesa contra atos de guerra ou terrorismo
Do destino dos recursos obtidos:
i)Os recursos devem ser utilizados com uma defasagem de no mínimo 10 anos do início de produção: isto transfere renda para o futuro evitando atitudes assistencialistas ou políticas circunstanciais
ii)Os recursos devem ser prioritariamente destinados à educação, saúde e saneamento básico.
iii) Uma única exceção deve ser aceita: uso no desenvolvimento de energia limpa, renovável e não poluente.
Aberto a discussão pelos participantes
terça-feira, 9 de junho de 2009
DÚVIDAS NO PRÉ-SAL
segunda-feira, 8 de junho de 2009
CRIAÇÃO DO GRUPO DA POLI
O DIA 8 DE JUNHO DE 2009 já faz parte de nossa história. O grupo ganhou vida e cada um NÓS é uma célula que o manterá vivo.
Nossos PRINCÍPIOS:
1) Acreditamos que o modelo democrático é o mais eficiente para garantir o desenvolvimento;
2) Acreditamos que o Livre-mercado é a melhor forma de alocar recursos na sociedade;
3) Acreditamos que o pacifismo é a melhor abordagem para os problemas .
Nosso código de ética:
1) Grupo apartidário: não haverá nenhum relacionamento com partidos políticos;
2) Propostas devem ser apresentadas e discutidas pelo grupo para posterior publicação;
3) Sem fins lucrativos;
4) Os participantes devem aprovar a inclusão ou exclusão de participantes;
5) Não usaremos informações das empresas que trabalhamos.
Nosso objetivo:
OTIMIZAR RECURSOS APRESENTANDO PROPOSTAS INOVADORAS QUE POSSAM INFLUENCIAR A SOCIEDADE.
Este objetivo visa compatibilizar nossa formação básica (Engenharia de Produção), nossa experiência variada e nosso propósito fundamental (retornar a sociedade o que foi investido em nossa formação).Evidente que está é uma sugestão para ser discutida com os participantes que nesse início será limitado a 6 participantes TOLEDO, PAULO, CRICCI, FÁBIO, JUAN E RAMIRO.
Temas que poderíamos estudar:1) Modelo de avaliação do ensino no Brasil;2) Modelo de exploração do pré-sal;3) Modelo da matriz de transportes no Brasil.
Estes temas são provisórios e sujeitos a aprovação do grupo
Gostaríamos de sua participação. Opine. Indique o TEMA de sua preferência e como poderá contribuir para o estudo do mesmo
Nossa próxima reunião seria 30 de junho (terça) onde deveremos:a) Ratificar nossa missão;b) Apresentar o esboço de nosso primeiro paper.
BEM-VINDO!
Grupo de Engenheiros de Produção da Poli - GEPP - INOVA BRASIL
(ramirogon@uol.com.br)